FEIRINHA NA ”HORTA do seu ZÉ”

     Em agosto aconteceu a primeira Feira de Produtos orgânicos, comidas, doces caipiras da Vila C na Horta do seu Zé. Esta é comunidade composta por quatro chácaras de produtores rurais, algumas com famílias que moram há 30 anos no local. Estas famílias são responsáveis pelo reflorestamento da área e preservação ambiental do córrego Brasilia, porém poderão ser removidos para a implantação de um parque na região.

     A Escola Popular vem atuando com a Defensoria Pública do Estado em defesa destas famílias com e busca alternativas para que o parque seja pensado a partir da permanência destes pequenos produtores rurais no local.

Imágens da Feira de Agosto
Ph: Paulo Silva / Cecilia Angileli

   No dia 8 de setembro acontecerá a Feira de produtos de Setembro, das 10h00 até 18h00. a participação da comunidade vizinha e externa é muito importante para fortalecer a comunidade e ajudar neste processo de resistência, na defesa do direito à moradia.

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Mutirao de limpeza

Neste sábado 29 de junho, estaremos auxiliando a Comunidade Monsenhor Guilherme no MUTIRÃO DE LIMPEZA, a atividade é organizada por moradores do bairro, e tem o apoio da Escola Popular, o Centro de Controle de Zoonoses, o Instituto Federal do Paraná, e o Observatório Educador Ambiental Moema Viezzer.

A atividade está programada para as 9h00 e o ponto de encontro vai ser o final da Rua Quintino Bocaiuva.

Terá transporte saindo da Barreira de Itaipu (8h20), passando pelo JU (8h30) e UNILA – Vila A(8h40). O horário de retorno está marcado para as 14h00.

Solicitamos confirmar a presença para calcularmos lanches e equipamentos que serão necessários para a atividade.

SÍNTESE DOS TRABALHOS 2018 – OCUPAÇÃO HORTA DA LAÍDE

Localização: Vila C – Foz do Iguaçu


Histórico: A comunidade “Horta da Laíde”, é uma ocupação na região da Vila C em Foz do Iguaçu (Zona Norte). A mesma teve início na década de 1990 com 130 famílias, e em 2012 chegou a ter 200 famílias. Posteriormente as famílias foram sendo removidas restando atualmente cerca de 24 famílias.

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Situação Fundiária: As famílias notificadas para serem removidas compõe um núcleo de quatro chácaras com produção orgânica de alimentos, localizadas em Área Verde Pública Municipal. As remoções são tensionadas por uma proposta de implantação de parque, sendo este projeto doado por Itaipu e denominado Reinventando Foz. Este projeto foi organizado de 2013 a 2015 e envolveu prefeitura, SANEPAR, os colégios do bairro, as Secretarias Municipais da Agricultura e do Meio Ambiente, a Associação de Catadores da Vila C e universidades particulares. Porém, os moradores da área diretamente afetada não participaram da elaboração do projeto.

Estratégias de trabalho e ações realizadas: Entrevistas com as famílias, levantamento de dados secundários (relatórios sobre a comunidade e o projeto a ser implantado, bem como elaboração de um plano alternativo as remoções), pesquisas socioeconômicas com parte das famílias e levantamentos fotográficos.

Rede formada: Unila – Defensoria Pública do Estado do Paraná
Período de Trabalho: Julho à Dezembro 2018

Resultados: Defesa realizada pela defensoria em janeiro de 2019, aguardando devolutiva jurídica para organizar outras ações. Este trabalho resultou em novas ações de pesquisa e ação em 2019, já que essas comunidades indicaram ser descendentes de quilombolas do Oeste do Paraná, e que foram anteriormente removidos de suas terras.

É importante perceber que mesmo com a ampliação da comunidade ao longo dos anos houve paralelamente a ampliação significativa da massa vegetal, processo conduzido pelo frequente plantio de novas árvores pelos moradores. A partir deste potencial foi apresentado um plano alternativo às remoções. Um outro aspecto importante é que a comunidade esta dividida em duas formas de apropriação do espaço: ocupações rurais maiores no miolo da quadra com criação de animais e produção de alimentos orgânicos, e ocupações urbanas voltadas para a Rua Aracaju, divididas em lotes menores.

Áreas de atuação em 2018

CONTEXTO URBANO

A existência de um número considerável de projetos urbanos que implicam em remoção de assentamentos populares não corresponde necessariamente ao conhecimento e divulgação da dimensão e impacto deste processo. Há tanto um desconhecimento, como também uma subestimação dos reais impactos de tais projetos, enfatizando-se  as modificações no valor do solo e de sua função física espacial, e do atendimento habitacional proposto as famílias atingidas em forma de aluguel social, indenização ou unidade habitacional. Não há igual destaque a todas as violências que se dão, de forma sucessiva, no cronograma do despejo.

As populações envolvidas que tentam resistir a tais processos sofrem com a falta de informação, com a insegurança, a cooptação de lideranças, destruição e a tentativa de reconstrução de suas redes sociais, terminando com o deslocamento involuntário para novas áreas de fragilidade ambiental ou de risco.  Esse processo violento, de longa duração, em grande parte das vezes, amplia a vulnerabilidade em que estas comunidades se encontram, pois terão que se adaptar a novos projetos ou moradias alheias a sua história e cultura, assim como se adaptar a novos territórios em disputa.

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No contexto fronteiriço, esta realidade se apresenta a partir da reestruturação urbana e social da região com a implantação de grandes projetos públicos e privados. Estes projetos são pensados para áreas urbanas e rurais que possuem grande concentração de ocupações e bairros populares, fortalecendo um processo histórico de expulsão da população mais pobre para áreas distantes.

Somente na cidade de Foz do Iguaçu estão sendo pensados pelo poder público, investidores nacionais e internacionais, multinacionais do turismo, rede hoteleira, Itaipu, conselho de econômico e social do município entre outros agentes, mais de 40 grandes projetos urbanos que visam a “revitalização” da cidade.

Neste contexto de um território em disputa, a EPPC vem desenvolvendo trabalhos nas comunidades vulneráveis as remoções forçadas e a processos de injustiça ambiental nas áreas de reassentamento. Desde 2014 desenvolvemos dezenas de ações envolvendo mais de 200 voluntários e com resultados significativos, porém o ano de 2018 foi marcado pela significativa ampliação das áreas de trabalho decorrente do acirramento dos conflitos no território.

01 – SITUAÇÃO PROBLEMA: Remoção forçada decorrente da implantação de GPU – Cultivando Água Boa/Reurbanização Vila C – Itaipu e PMFI.

AÇÃO: Cadastro da População, reuniões de organização popular, estudos socioeconômicos, mapeamentos, levantamentos fotográficos e de histórias de vida, mediação com espaço de direitos, organização de relatório de suporte para a defesa jurídica junto Defensoria Pública do Estado do Paraná.

RESULTADOS: Paralisação do processo de despejo – aguardando decisão final do Juiz.

02 – SITUAÇÃO PROBLEMA: Áreas de reassentamento habitacional em possível área de contaminação ambiental.

AÇÃO:  Pesquisa censitária popular dando ênfase as condições de saúde da população, estudos ambientais, organização de debate sobre injustiça ambiental e conflitos no território em parceria com o IMEA.

RESULTADOS: Organização de dossiê com o objetivo de barrar novos conjuntos habitacionais na zona norte do município.

03 – SITUAÇÃO PROBLEMA: Reintegração de posse área privada e de importância ambiental.

AÇÃO: Cadastro da população, reuniões de organização popular, estudos socioeconômicos, estudos ambientais, mapeamentos, levantamentos fotográficos e de historias de vida, mediação de defesa em espaços de direitos e prefeitura, organização de relatório de suporte para a defesa jurídica junto com o reassentamento da população em área pública ao lado da comunidade, organização de plano de remoção e reassentamento com os moradores, projeto colaborativo da nova comunidade e das novas habitações com os moradores, assessoria técnica para a construção da nova comunidade.

04 – SITUAÇÃO PROBLEMA:  Reintegração de Posse individuais de casas não concluídas de um conjunto habitacional abandonado.

AÇÃO: Cadastro de famílias vulneráveis às remoções forçadas, pesquisa socioeconômica, levantamento fotográfico, organização de relatório para a Defensoria Publica do Estado do Paraná.

RESULTADOS: Por serem reintegrações individuais não conseguimos efetivar a defesa da Defensoria Pública, sendo a mesma realizada hoje junto ao Sindicato de Terras Urbanas. Com o trabalho de orientação e defesa dos moradores pelo sindicato, não atuamos mais nesta região.

05 – SITUAÇÃO PROBLEMA: Remoção forçada decorrente da implantação sobreposta na região de Grandes Projetos Urbanos e de Infraestrutura.

AÇÃO> 2014-2017: Estudos Socioeconômicos, cadastros de moradores, mapeamentos, numeração de casas, nomeação de ruas, campanhas de defesa, ações culturais, reuniões de organização popular e direitos humanos, debates, seminários de formação, mediação com espaços de direitos, organização de relatórios e planos alternativos as remoções forçadas junto com a Defensoria Pública do Estado do Paraná.

RESULTADOS 2014-1017: Suspensão do Processo de Reintegração de posse. Permeabilidade da comunidade: hoje recebe diversos serviços públicos devido a organização dos endereços, e pela articulação realizada pelo projeto EPPC com diversos espaços de cultura e de direitos humanos da AL.

AÇÃO> 2018: Organização de propostas de regularização fundiária, cursos de regularização fundiária e organização popular, alfabetização de jovens e adultos com a Cátedra Paulo Freire, colaboração para organização do Centro Comunitário da Ocupação.

RESULTADOS 2018: Cancelamento do processo de reintegração de posse, ganho da permanência da população na área, ampliação da consciência política e de direitos referente a regularização fundiária.

 

Profa. Dra. Cecilia Maria de Morais Machado Angileli
Coordenadora da EPPC

Quem Somos?

A Escola Popular de Planejamento da CidadeEPPC – é uma metodologia de construção de conhecimento que se constitui pelo encontro potencial de pessoas e grupos, com diversos saberes e culturas, e que de forma solidária reinventam as cidades, o destino de suas margens, suas beiras. Na Fronteira Trinacional, a EPPC tem como base a construção de conhecimento a partir da partilha ativa de experiências solidárias e emancipatórias, com estudantes universitários de toda a América Latina e do Caribe, populações vulneráveis as remoções forçadas e aos processos de injustiça ambiental, movimentos sociais e instituições de direito. Com essa rede colaborativa, são pensadas soluções que reduzam os conflitos humanos e urbanos identificados.

Neste sentido, entendemos, que as áreas vulneráveis às remoções forçadas não devem ser compreendidas e planejadas apenas com procedimentos de estudo e intervenção prontos/padronizados, concebidos a partir de um enfoque universalista e distanciado, excluindo seu caráter local. Quando nos aproximamos e reconhecemos as particularidades, conseguimos articular ações concretas e efetivar a função social da universidade.

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Busca-se também, para além do acesso pleno aos recursos dos territórios, uma urbanização que se dê pela prática do direito coletivo, o direito à cidade. Assim, este trabalho feito a muitas mãos, se estrutura pela transformação do território, não sendo possível este processo sem passar pela transformação dos sujeitos, e vice-versa, sendo este um exercício de poder coletivo (LEFEBVRE, 1991).

Ao longo dos trabalhos desenvolvidos a EPPC tem como objetivos:
1. Construir de forma colaborativa e plural um banco de dados sobre as remoções forçadas e difundi-lo através de ferramentas de comunicação popular e social;
2. Dimensionar as remoções forçadas na região;
3. Subsidiar comunidades afetadas localizadas nessas regiões com ferramentas de conhecimento e análise da situação, fortalecendo um processo emancipatório e de defesa do direito à moradia;
4. Organizar dossiês de denúncia e/ou planos alternativos às remoções.

Profa. Dra. Cecilia Maria de Morais Machado Angileli
Coordenadora da EPPC

CRONOGRAMA DE OFICINAS

As Oficinas de ”Alfabetização Urbana: por um processo participativo de Regularização Fundiária” são parte das atividades da Escola Popular de Planificação da Cidade em 2018, acontecerão na Ocupação Bubas visando fortalecer a luta da comunidade através do acesso à informação sobre questões referentes ao Direito urbano e fundiário, assim como também à situação atual da Ocupação e seus moradores.

As Oficinas serão realizadas semanalmente em grupos focais a partir dos blocos da ocupação. 

Pessoas interessadas em participar das oficinas, podem encaminhar um e-mail com antecedência em: escolapopulardacidade@gmail.com para que possamos organizar o transporte e outros caso seja necessario.cronograma

Inicio das atividades da Escola Popular 2018

No dia 24 de fevereiro iniciaram as atividades da Escola Popular e o Projeto de extensão de fluxo contínuo: Reestruturação Urbana e Social da Fronteira, com um Mutirão na Ocupação Bubas.

A atividade reuniu a comunidade da Ocupação e a comunidade acadêmica da UNILA, com a colaboração das Brigadas Populares do Paraná numa tarde calurosa de trabalho, para finalizar a renumeração das casas.

A Ocupação, caminha à um processo de Regularização Fundiária, e em breve lanzaremos o cronograma de atividades da EPPC, que visam contribuir e fortalecer a luta da população através de um processo de alfabetização sobre Direito urbano e fundiariário: por um processo participativo de Regularização Fundiária.

 

Semana Academica CAU UNILA NOV/2016

Os estudantes do Curso de Arquitetura e Urbanismo, em sua semana acadêmica, organizaram uma ação junto a EPPC  na Ocupação Bubas. Foram pintadas novas placas para as ruas da ocupação que foram danificadas com a chuva de granizo em 2015. O endereço mesmo que não oficial, representou desde sua implantação pela EPPC junto com as lideranças locais, uma ação de fortalecimento na luta por moradia. Atualmente, com estes endereços os moradores tem acesso a políticas públicas que até então não tinham acesso, além de compor de forma coletiva a citação no processo de reintegração de posse.

Cadastro de atualização da ocupação Bubas OUT/2016

Foi realizado o Segundo Cadastro de Moradores da Ocupação, na qual cerca de 1000 famílias atualizaram seus dados junto à pesquisadores voluntários, o primeiro cadastro foi realizado em 2015, no qual 2020 pessoas foram cadastradas. A ação foi coordenada pela EPPC em parceria com as Brigadas Populares, e os dados ainda estão sendo sistematizados e deverão colaborar com a defesa da população no processo de reintegração de posse.

VISITA A OCUPAÇÃO PARA FORMULAÇÃO DE AÇÕES EM PARCERIA COM O CURSO DE DIREITOS HUMANOS NA AMERICA LATINA SET/2016

Após a aula sobre Conflitos Urbanos e Direito a Moradia ministrada no Curso de Direitos Humanos da América Latina, os cursistas visitaram a ocupação Bubas para conhecer a situação da população e para organizar ações de apoio. A partir desta visitada, foi organizado um mutirão de atualização de cadastro dos moradores, e está em desenvolvimento pelos cursistas ações de apoio aos moradores paraguaios em relação a regularização da documentação e orientação ao acesso a políticas públicas, também está em desenvolvimento uma ação de apoio a famílias com histórico amplo de violações de direitos humanos.